O Poema Que Quebrou Mentes: O Áudio Sinistro no Teaser de 28 Years Later
O recente teaser de 28 Years Later, aguardado para 2025, é diferenciado e causa grande impacto ao misturar uma atmosfera opressiva e visualmente desoladora com o áudio recitado do poema Boots, de Rudyard Kipling.
A escolha do poema como fundo sonoro reforça a tensão psicológica do apocalipse zumbi, enfatizando o desgaste físico e emocional dos sobreviventes, além de criar uma sensação quase hipnótica de desespero. Danny Boyle, o diretor do filme, que já foi aclamado por sua habilidade em explorar o drama humano em títulos como: "Quem Quer Ser Um Milionário?" e "Trainspotting: Sem Limites", agora utiliza Boots para reforçar o tom angustiante de sua nova obra.
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A história sombria por trás do poema, hoje em domínio público, remonta a 1903 quando o jornalista e poeta britânico, Kipling, que faleceu em 1936, o publicou. O poema faz referência à exaustiva marcha dos soldados da infantaria britânica durante a Segunda Guerra dos Bôeres na África do Sul, retratando a repetição implacável das caminhadas e o sofrimento mental e físico imposto pela guerra. A introdução do poema já evoca essa intensidade:
A repetição incessante da palavra "slog" (arrastar-se) cria uma sensação de impotência e cansaço sem fim, culminando na declaração angustiante de que "não há dispensa na guerra".
O poema mais tarde foi utilizado pelo programa SERE (Survival, Evasion, Resistance and Escape) da Marinha dos EUA, projetado para simular as condições extremas de tortura psicológica que os soldados podem enfrentar. A ideia por trás do uso do poema é testá-los mentalmente, ao expô-los a esse ciclo repetitivo até que a mente comece a ceder.
Muitas pessoas comentaram sobre a carga psicológica do áudio, inclusive eu no X (antigo Twitter), que traz uma sensação de medo crescente à medida que o poema é recitado sem pausa, similar à técnica usada no treinamento SERE, que, segundo relatos, já foi capaz de quebrar até mesmo as mentes dos operadores especiais mais resistentes.
O poema, com seu ritmo repetitivo e obsessivo, ecoa o cansaço dos soldados que marchavam sem fim, assim como os personagens da franquia 28 Days Later enfrentam um ciclo interminável de caos e horror. A frase "There's no discharge in the war!" (“Não há dispensa na guerra!”) é especialmente perturbadora, simbolizando que, para os personagens, não há escapatória ou alívio no mundo dominado pelo vírus da raiva.
Trailer
Essa abordagem criativa do teaser não apenas homenageia as raízes do poema, frequentemente usado para testar os limites psicológicos em treinamentos militares, mas também captura de forma magistral o espírito da franquia: o terror persistente e desumanizador.
A escolha do poema como fundo sonoro reforça a tensão psicológica do apocalipse zumbi, enfatizando o desgaste físico e emocional dos sobreviventes, além de criar uma sensação quase hipnótica de desespero. Danny Boyle, o diretor do filme, que já foi aclamado por sua habilidade em explorar o drama humano em títulos como: "Quem Quer Ser Um Milionário?" e "Trainspotting: Sem Limites", agora utiliza Boots para reforçar o tom angustiante de sua nova obra.
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A história sombria por trás do poema, hoje em domínio público, remonta a 1903 quando o jornalista e poeta britânico, Kipling, que faleceu em 1936, o publicou. O poema faz referência à exaustiva marcha dos soldados da infantaria britânica durante a Segunda Guerra dos Bôeres na África do Sul, retratando a repetição implacável das caminhadas e o sofrimento mental e físico imposto pela guerra. A introdução do poema já evoca essa intensidade:
We're foot ... slog ... slog ... slog ... sloggin' over Africa.Foot ... foot ... foot ... foot ... sloggin' over Africa.Boots ... boots ... boots ... boots ... movin' up and down again!There's no discharge in the war!
A repetição incessante da palavra "slog" (arrastar-se) cria uma sensação de impotência e cansaço sem fim, culminando na declaração angustiante de que "não há dispensa na guerra".
(Sony Pictures Entertainment) |
O poema mais tarde foi utilizado pelo programa SERE (Survival, Evasion, Resistance and Escape) da Marinha dos EUA, projetado para simular as condições extremas de tortura psicológica que os soldados podem enfrentar. A ideia por trás do uso do poema é testá-los mentalmente, ao expô-los a esse ciclo repetitivo até que a mente comece a ceder.
Muitas pessoas comentaram sobre a carga psicológica do áudio, inclusive eu no X (antigo Twitter), que traz uma sensação de medo crescente à medida que o poema é recitado sem pausa, similar à técnica usada no treinamento SERE, que, segundo relatos, já foi capaz de quebrar até mesmo as mentes dos operadores especiais mais resistentes.
O poema, com seu ritmo repetitivo e obsessivo, ecoa o cansaço dos soldados que marchavam sem fim, assim como os personagens da franquia 28 Days Later enfrentam um ciclo interminável de caos e horror. A frase "There's no discharge in the war!" (“Não há dispensa na guerra!”) é especialmente perturbadora, simbolizando que, para os personagens, não há escapatória ou alívio no mundo dominado pelo vírus da raiva.
Trailer
Essa abordagem criativa do teaser não apenas homenageia as raízes do poema, frequentemente usado para testar os limites psicológicos em treinamentos militares, mas também captura de forma magistral o espírito da franquia: o terror persistente e desumanizador.
O que não está no trailer, mas ainda faz parte do poema, é, na verdade, o fato de nenhuma frase inical do poema se repetir; sendo o último verso o que eu mais considero temível:
I-'ave-marched-six-weeks in 'Ell an' certifyIt-is-not-fire-devils-dark or anything,But boots-boots-boots-boots-movin' up an' down again, [...]
como se o verso quisesse convencer o receptor de que não há o que temer na guerra. Não é fogo, demônios, escuridão nem nada, mas soldados e suas botas marchando.
De todo modo, a escolha desse áudio, gravado em 1915 na voz de Taylor Holmes, um ator americano, eleva o teaser/trailer de 28 Years Later, destacando-se como algo mais profundo ao trazer camadas de significado e uma narrativa sonora extremamente impactante.
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