Guerra Civil | Filme da A24 com Kirsten Dunst e Wagner Moura Ganha Suas Primeiras Impressões [ATUALIZADO]

As luzes da crítica brilham sobre "Guerra Civil", o mais recente filme de Alex Garland, diretor de "Ex_Machina", "Aniquilação" e "Men", que foi exibido esta semana no Festival de Cinema SXSW. As primeiras impressões estão repletas de elogios à beleza e intensidade deste drama distópico, enquanto também apontam seu potencial para controversas e possíveis decepções devido à eficácia de sua mensagem. 

A atriz Kirsten Dunst protagoniza esse thriller como uma fotojornalista, cobrindo a desunião quase futurista dos Estados Unidos. A sua interpretação está gerando um debate, com críticas divergentes, o que só intensifica o interesse em "Guerra Civil". Tudo indica que este é um daqueles filmes que exigem uma experiência pessoal para ser plenamente compreendido e apreciado.





Trailer 1


Guerra Civil está sendo aclamado por sua visão distópica e perturbadora, como descreve Peter Debruge da Variety, que o considera "a visão distópica mais perturbadora até agora do cérebro de ficção científica que eliminou toda Londres para o levante zumbi retratado em '28 Days Later'." Richard Whittaker, do Austin Chronicle, acrescenta que o filme pode ser o trabalho mais contido e introspectivo de Garland desde seu roteiro afiado para "Never Let Me Go" de 2010, destacando que isso não está em desacordo com o material.

David Sims, do The Atlantic, comenta sobre a habilidade de Garland em manter o público fora de equilíbrio, mesmo em seu maior projeto até o momento. Já Katie Rife, da IndieWire, elogia o filme como um retorno à forma após o que ela descreve como o "erro de 'Men'". Chase Hutchinson, do The Wrap, chama atenção para a inesperada interessância do filme, afirmando que "não é o melhor filme de Garland, de forma alguma, mas é o mais inesperadamente interessante." David Fear, da Rolling Stone, destaca a provocação presente na obra, comentando que "ele nunca é menos do que 100% provocativo" e observando que às vezes essa provocação pode ofuscar a profundidade da narrativa. 

Por outro lado, Kristy Puchko, do Mashable, faz uma comparação com o trabalho anterior de Garland em "Men", comentando que sua epifania pode parecer superficial, como vista de fora. Robert Daniels, da Screen International, acrescenta que "Superficialmente, 'Guerra Civil' é intelectualmente estéril em comparação com o trabalho anterior de Garland", indicando uma análise crítica da profundidade intelectual do filme.


Trailer 2

Desafiando Expectativas

O filme "Guerra Civil" está sendo descrito como uma experiência cinematográfica intensa e perturbadora. Peter Debruge ainda comenta que o filme "não pode ser facilmente consumido como entretenimento", enquanto Robert Daniels, da Screen International, destaca que "seria totalmente admirável se não fosse tão difícil de engolir... 'Guerra Civil' é difícil de assistir."

Kate Sánchez, do But Why Tho? A Geek Community, descreve o filme como uma "experiência avassaladora", enquanto Jacob Hall, do Slashfilm, o considera "inquietante... assombroso". Katie Rife, da IndieWire, compartilha que "não há nada divertido neste filme", mencionando momentos sombriamente surreais e uma ausência de alegria, enfatizando que "não é divertido". David Fear, da Rolling Stone, adverte os espectadores que buscam "jingoísmo de esquerda e/ou paranoia de extrema direita", dizendo-lhes "desejamos-lhe boa sorte e boa viagem". Ele também menciona que "o mesmo vale para pouca ou nenhuma consolação, catarse e/ou emoções baratas". 

Chase Hutchinson, do The Wrap, observa que "há uma boa chance de que aqueles que procuram pura ação se sintam desconectados", ressaltando que "enquanto Garland [o diretor] captura a intensa violência e morte com sua própria câmera, há certa frieza nisso que quase parece desumanizante". Matthew Monagle, do The Playlist, comenta sobre como o filme "Guerra Civil" traz o desconforto para "nosso próprio quintal", ao abordar temas de morte e deslocamento, mesmo em países de primeiro mundo. Essas críticas destacam a natureza desafiadora e impactante do filme, que não busca oferecer uma experiência fácil ou tradicional de entretenimento.




"Guerra Civil" (Imagem: Divulgação/A24)

Um Filme Divisivo?


"Guerra Civil" está sendo descrito como um filme que foi projetado para ser provocativo e divisivo, mas também paradoxalmente destinado a unir as pessoas, conforme observado por Peter Debruge, que o descreve como "um choque provocativo para o sistema". Kristy Puchko destaca que o filme não foca no motivo da guerra, mantendo a política fora dela. Ela comenta: "O porquê da guerra não é o ponto, e como tal, Garland mantém a política fora dela." Puchko levanta a questão se essa escolha pode ajudar a evitar que potenciais espectadores se polarizem.

Robert Daniels menciona que o assunto controverso do filme certamente impulsionará as vendas de ingressos, mas ressalta que a experiência do espectador pode variar dependendo da capacidade de lidar com a violência. Ele sugere que "você poderia lançar muitos avisos literais de gatilho em 'Guerra Civil'." Matthew Monagle comenta que aqueles que recorrem ao filme em busca de ideologias definidas sairão decepcionados. Kate Sánchez resume a abordagem política do filme como "menos uma conversa e mais um teste de Rorschach", sugerindo que o filme oferece um espelho para os espectadores interpretarem de acordo com suas próprias visões e convicções políticas. 

Essas análises destacam como "Guerra Civil" desafia as expectativas do público em relação ao seu conteúdo político e ideológico, oferecendo uma experiência cinematográfica que pode provocar reflexões profundas e debates acalorados.


"Guerra Civil" (Imagem: Divulgação/A24)

Por Que Assistir


Matthew Monagle afirma que o filme é "o evento cinematográfico do ano — e a discussão em grupo pós-filme de sua vida." Tasha Robinson, da Polygon, sugere que o filme será discutido por todas as razões erradas, afirmando: "'Guerra Civil' parece ser o tipo de filme sobre o qual as pessoas vão falar principalmente por todas as razões erradas, e sem vê-lo primeiro. Não é o que essas pessoas pensam que é. É algo melhor, mais oportuno e mais emocionante."

Peter Debruge destaca o papel do filme em mostrar os riscos das lutas internas e os custos potenciais da divisão, chamando-o de um conto de advertência. ("Is a cautionary tale.") Ele diz. Lovia Gyarkye, do Hollywood Reporter, menciona como o filme soa o alarme sobre a destruição de um país, dizendo: "Com este último filme, ele soa o alarme, se perguntando menos sobre como um país caminha cegamente para sua própria destruição e mais sobre o que acontece quando isso acontece."

Jacob Hall descreve o filme como uma recriação exata de eventos históricos que nunca aconteceram, convidando a audiência a considerar tudo isso como um aviso. Ele afirma: "Estamos testemunhando uma recriação exata de eventos históricos que na verdade não aconteceram. E nós, a audiência desta realidade, somos chamados a considerar tudo isso como um aviso. Este é o filme que é feito se não consertarmos nossas coisas."

Por outro lado, Valerie Complex, da Deadline Hollywood Daily, expressa uma visão mais crítica sobre o filme, sugerindo que apesar de sua premissa ambiciosa e elenco de alta qualidade, "o filme se mostra uma reflexão confusa, tornando seu conto de advertência menos impactante do que o pretendido." Suas palavras ressaltam a complexidade da obra e como sua execução pode não ter alcançado plenamente suas intenções.





"Guerra Civil" (Imagem: Divulgação/A24)

Sobre a Atuação de Kirsten Dunst


Peter Debruge afirma que "o público nunca viu Dunst assim", destacando a novidade e impacto de sua atuação no filme. Chase Hutchinson complementa, dizendo que, embora Dunst sempre tenha feito um ótimo trabalho, "este está lá em cima como uma de suas performances mais focadas", indicando a intensidade e dedicação da atriz ao papel. 

Kristy Puchko descreve a atuação da atriz como "sensacional", ressaltando como ela foi capaz de dar vida a um papel que poderia parecer rígido nas mãos de um ator menos talentoso. Já Robert Daniels vai além ao descrever a performance de Dunst como "transcendental", sugerindo um nível de excelência e profundidade em sua interpretação.

Essas avaliações combinadas sugerem que a atuação de Kirsten Dunst em "Guerra Civil" é um dos pontos altos do filme, com sua habilidade de dar profundidade e humanidade ao seu personagem sendo amplamente reconhecida pela crítica especializada.


"Guerra Civil" (Imagem: Divulgação/A24)

Tecnicamente


A parte visual de "Guerra Civil" também recebeu elogios significativos da crítica: Tasha Robinson descreve o filme como "um drama particularmente lindo", destacando a beleza visual que parece ter sido projetada para impressionar os espectadores em um nível estético. Robert Daniels complementa essa ideia ao dizer que Garland e o diretor de fotografia Rob Hardy criaram "um filme desconfortavelmente lindo", sugerindo uma mistura de beleza e desconforto visual.

Matthew Monagle observa que, embora o filme exija muito do público em termos de narrativa, "tem a graça de parecer muito bom enquanto faz isso", indicando que a qualidade visual é um ponto forte. Adrian Horton, do Guardian, destaca que "Guerra Civil" é a produção mais cara da A24, e essa qualidade se nota na tela, especialmente na representação dos EUA suburbanos em guerra, que ele descreve como uma fascinante mistura de beleza e horror.

Jacob Hall elogia a câmera de Garland por reconhecer "a beleza incomum e a surrealidade que podem acompanhar imagens de tremendo estresse e terror", sugerindo uma abordagem visualmente impactante para as cenas do filme. Peter Debruge comenta que a maioria do filme se passa durante o dia, o que não é a estética típica esperada de um filme de guerra moderno, sugerindo uma abordagem visual diferente e interessante. Lovia Gyarkye destaca as cenas da América como uma zona de guerra ativa como algumas das imagens mais potentes do filme, elogiando a parceria de Garland com o diretor de fotografia por documentar essas condições com um estilo distante de cinema verité encontrado em filmes americanos sobre conflitos regionais internacionais.


"Guerra Civil" (Imagem: Divulgação/A24)

Considerações Finais


A crítica especializada teve diversas opiniões sobre "Guerra Civil", destacando tanto seus pontos fortes quanto suas falhas: Peter Debruge, da Variety, descreve a visão do filme como poderosa e capaz de deixar o espectador abalado. David Fear, da Rolling Stone, afirma que o filme pode "gelar você até os ossos", sugerindo um impacto emocional intenso. Robert Daniels, da Screen International, comenta que o filme tem a intenção de abalar o espectador em choque e temor, até que esteja tão dessensibilizado quanto os repórteres retratados.

David Sims, do The Atlantic, relata ter saído do cinema bastante exaltado, indicando uma reação forte após assistir ao filme. Matthew Monagle, do The Playlist, prevê que "Guerra Civil" será um tema de discussão ao longo do ano e até a temporada de premiações de 2025, destacando sua relevância e impacto duradouro. Lovia Gyarkye, do Hollywood Reporter, elogia a ambição de Garland como diretor, mas aponta que o roteiro não entrega completamente a intimidade que busca.

Valerie Complex, do Deadline Hollywood Daily, expressa que a execução do filme deixou-a desconectada, citando caracterização fraca, narrativa sem brilho e dependência excessiva do espetáculo em detrimento do conteúdo. Kristy Puchko, da Mashable, opina que o filme carece de foco, sugerindo uma falta de direção clara na narrativa. Adrian Horton, do Guardian, destaca que "Guerra Civil" oferece uma provocação visual eficaz, mas limitada, indicando que os aspectos visuais são fortes, mas outros elementos podem não estar tão desenvolvidos. Robert Daniels, da Screen International, comenta que o cerne do filme parece oco, sugerindo uma falta de substância em seu núcleo.

"Guerra Civil" divide opiniões, mas parece ser capaz de provocar discussões e reflexões profundas sobre seus temas. Enquanto alguns críticos elogiam sua poderosa visão e impacto emocional, outros apontam falhas na execução, como falta de foco e caracterização fraca. No entanto, todos concordam que o filme não deve ser subestimado em sua capacidade de provocar uma resposta do público e gerar debates duradouros. O filme estreia nos cinemas em 12 de abril de 2024, e certamente será uma experiência cinematográfica que despertará diferentes reações e interpretações.






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