Constelação | Série da Apple TV intriga com trama não linear e universos paralelos (Análise Com Spoiler)

Disponível na Apple TV desde 21 de fevereiro e atualmente em seu sexto episódio, "Constelação" ("Constellation") é uma série de Ficção Científica e Suspense que nos leva a uma fascinante jornada pelos mistérios das realidades paralelas, entrelaçamento quântico e lugares liminares. Estrelando a incomparável atriz Noomi Rapace, reconhecida por seus papéis em filmes como "Prometheus" e "Lamb", a série a coloca novamente em um traje espacial, em uma narrativa complexa e repleta de camadas que desafiam o espectador a desvendar seus enigmas.

Como Jo, Rapace vive uma astronauta que retorna à Terra após um desastre no espaço e descobre que há peças faltando em sua vida. Ela se propõe a expor a verdade sobre os segredos ocultos das viagens espaciais e recuperar o que perdeu. O enredo se desenvolve de forma não linear, com saltos entre diferentes realidades que se entrelaçam. Rapace entrega uma atuação multifacetada, capturando as nuances de uma protagonista que está perdida entre diferentes versões de sua própria vida.






Trailer


Um dos elementos mais fascinantes da série é a exploração de uma terceira realidade ou lugar liminar. Esse lugar, onde duas versões da realidade se encontram, são representados visualmente na série, proporcionando uma sensação de desconforto e fascínio ao mesmo tempo. A habilidade de Jo em atravessar esses limiares e testemunhar diferentes versões de sua realidade cria uma atmosfera de suspense e mistério ao redor de cada episódio.

Além disso, "Constelação" explora o conceito de entrelaçamento quântico, uma ideia da física quântica onde duas partículas estão interligadas de forma a influenciarem-se instantaneamente, independentemente da distância entre elas. Este conceito é habilmente integrado à trama, explicando fenômenos estranhos que os personagens experimentam, como compartilhar experiências sensoriais mesmo estando separados por grandes distâncias.



"Constelação" (Imagem: Divulgação/Apple)

O roteiro meticuloso da série se revela em cada detalhe e pista cuidadosamente colocados para os espectadores. Em retrospecto é possível distinguir as duas versões de Jo no espaço pela forma como seguram um iPad: a versão A na horizontal e a versão B na vertical. Além disso, cada uma delas está em uma videochamada com sua filha, que também se diferencia pelas roupas distintas em cada uma das duas realidades iniciais. A graça disso é que, a primeira vista, esses detalhes podem passar despercebidos.

Para quem busca um entretenimento fugaz, a série pode parecer incompreensível de início, principalmente para quem busca por respostas rápidas. Os episódios iniciais, embora confusos pela não linearidade de eventos, são essenciais para compreender as complexidades das diferentes realidades em que Jo se encontra. A partir do quarto episódio, somos apresentados a jornada de descoberta ao lado de Jo, e os mistérios que nos aguardam. Especulando um pouco sobre o que entendi do quarto e último episódio que vi até agora, acredito que a Jo do universo A não sobrevive ao desastre no espaço, e quem retorna vivo à Terra é Paul, mas a série ainda não confirma essa teoria. Fica no ar. 


"Constelação" (Imagem: Divulgação/Apple)

Rapace está bem no papel, capturando a angústia e a confusão de uma personagem enredada em um labirinto de realidades. Sua habilidade em transmitir emoções sutis e complexas é crucial para o sucesso da série. Além disso, o elenco de apoio merece destaque, especialmente Jonathan Banks (conhecido por Breaking Bad) como Henry, o principal antagonista da temporada. As performances sólidas das irmãs gêmeas que retratam a filha de Jo através das realidades paralelas também enriquecem essa jornada.

Para fãs de ficção científica, "Constelação" oferece uma experiência repleta de mistério, suspense e uma fascinante exploração de teorias e conceitos científicos. A série desafia as expectativas do gênero ao mergulhar nos aspectos da existência humana e da natureza do universo, oferecendo uma narrativa cativante que mantém os espectadores ansiosos por mais a cada novo episódio. Com sua trama que aos poucos se constrói coesa e de performances excepcionais, a série certamente se destaca como uma adição notável ao cânone da ficção científica contemporânea. E muito ainda está por vir. 

P.S.: A Jo me lembra um pouco o Walter Bishop da série FRINGE, o cientista em luto que cria um portal para um universo paralelo a fim de resgatar seu filho, que não é bem seu filho.





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